terça-feira, 17 de setembro de 2019

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CENA 1 - EXTERNO 
O trem se aproxima da estação, em que Rúbia está. 
Oceano, caminha vagarosamente ao encontro de Rúbia. 

RÚBIA 
Que trouxe em suas mãos? 

OCEANO 
Minhas despedidas. 

RÚBIA 
Que disse? 

OCEANO 
Rúbia, há verdades que mesmo que não queremos aceitar teremos que encarar. 

RÚBIA 
Para onde você vai?

OCEANO 
Para onde eu só possa escutar o meu silencio 

O trem começa a dar partida. 

Oceano pede para que ela feche os olhos 

RÚBIA 
Mas... Oceano, o que vai fazer? 

Oceano coloca em suas mãos a carta e insiste que deixe os olhos fechados. 
Oceano, assim que o trem parte... Joga-se na linha, Rúbia imediatamente abre os olhos com o barulho das pessoas. Ela corre em direção ao trilho, observa não só o corpo solitário, mas a dor sendo encerrada, o peito do grande amigo e amante se esvaindo pelos trilhos, o sangue pintando o quadro depressivo e carente de um homem. 



CENA 2- EXTERNO - ESTAÇÃO DE TREM
Oceano
Já escrevi tantas cartas para ela ler, pedindo para que não se afastasse da minha pele. 
Ditei parágrafos, escondi elipses e deixei apenas transbordar o pouco que a minha alma poderia manifestar-se.  Vejo seus esboços, desejos e sonhos sendo frustrados, pelo o amor que não soube te amar, percebo na minha caligrafia a força do tempo me forçando a poupar a minha saudade, que encharca esta folha que logo estará rabiscada pelo o muito que não consigo falar. 

Grudo em teu braço, penso nos nossos amassos e encaro no espelho a tua partida sem um beijo, reajo com a fúria de um leão no meu coração, que disputa espaço com a falta que tu faz segurando as minhas mãos, me deito com fome dos seus beijos, acordo, pois tenho um dia árduo de trabalho, por mim dava de ombros e deixava todo esse passado me comer vivo, sem dó. 

Em um instante pensei em dormir para sempre, assim a minha alma se perderia de uma vez ou se encontraria para sempre, enxergo a luz da sua alma em destinos pausados como se eu me entregasse a uma realidade que já perdi faz tempo, deixo o toque em suas mãos como a minha presença te consolando da dor que virá, após a entrega dessa carta. Mas, entenda... A vela se apagou! 

Oceano apaga a vela e caminha para a estação ao encontro de Rúbia, o seu grande amor.

CENA 3 - EXTERNO - CEMITÉRIO

O caixão de Oceano está lacrado. Todos se despedem de Rúbia e apenas ela fica diante do sepulcro.  

Rúbia acaricia o retrato, uma foto que há flashback. 

RÚBIA
Eu me sinto em uma nevoa, por mais que eu o amasse, escondia em meu peito esse sentimento. Orgulho, talvez... Jamais iria a sua procura Oceano. Jamais, e hoje... Teu silêncio me arma espinhos, congela minha alma alegre e invade minha mente, pois amar cura, mas essa dor que sinto machuca. Ah meu amor, se tu ouvisse minha suplica. 

Ela se levanta, observa o dia ensolarado e tira do seu bolso a fotografia dele e começa a dançar sem perceber que as pessoas a olha se questionando, ela apenas dançava e ia devagar saindo da sua posição e retornando o olhar ao tumulo. 

Ouvindo 

Eu amei-te feito o sol, que queima se chega perto e te cuidarei feito a lua, que te abraça em consolo do dia quente. Eu a amo.

A vela se apaga. 


Fim.



segunda-feira, 16 de setembro de 2019

O acaso da Lua e o Sol.


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CENA 1 Externa - A noite
Lua está deitada na grama e o Sol, se atrasou para o encontro. 

LUA
O silêncio me acalma. Eu penso nessas horas, o que estão fazendo as pessoas neste mesmo momento, e eu me pego falando sozinha, como se devaneios tivessem explicações óbvios . Onde será que o Sol se encontra...

Há crianças paradas com seus pais encostados em uma arvore e ao lado oposto estão um casal que trocam olhares. 

LUA 
Parece que ele não vai vim! 

Arruma seu vestido, calça a sandália e caminha lentamente até a direção do lago, molhando seus pés. 

Sol, aparece rapidamente por trás a agarrando e dando lhe um beijo no pescoço. 

SOL 
Senti sua falta. 

Lua sorri e volta a sua direção para frente, observando o lago. 

LUA
Pensei que não iria vir...

SOL
Jamais a deixaria sozinha!

Sol desceu suas mãos até encontrar as dela. 

Foi aqui, que eu percebi que eu sentia algo por você. 

Lua permanece em silencio, observando os cisnes no lago. 

Eu sei que a fiz sofrer, e mesmo assim agora estamos aqui.

LUA
Você tinha seus problemas. 

SOL
Eu descobri...

Lua vira-se de frente para ele. 

LUA 
O que?

SOL 
Que todos nós temos problemas, mas é nossa escolha permanecer com eles...

LUA 
É eu disse.

Lua tirou os pés do lago, soltou as mãos dele e se sentou na grama.

Sol permaneceu em pé, observando o lago com as mãos para trás silenciando-se. 

LUA 
Eu também senti sua falta, fiquei imaginando coisas com você. Mas, decidir sair antes que o meu brilho se escondesse atrás da sua luminosidade. 

Sol permanece em pé, virando-se para Lua. Apenas com a luz da noite e o poste do parque os iluminando. 

SOL 
Eu fiquei pensando no que eu deixei de viver com você, senti saudade do seu cheiro... Das suas manias e das nossas fotografias. 

Sol prossegue com a voz sussurrando, sentando ao lado da Lua.

Eu precisava naquele momento pensar e pensei tanto que deixei você ir sem ao menos dizer o quanto aquilo me faria mal, como fez. 

LUA 
Você sabe o quanto eu não queria ir embora, eu senti que os meus olhos me denunciavam.

SOL 
Notei, por isso que eu queria ir o mais depressa para longe de você, porque se permanecêssemos ali por mais uns minutos eu não conseguiria me manter rígido e diria pra você ficar comigo. 

Os olhos de lua, se enchem de lagrimas. 

LUA 
De verdade eu esperei qualquer coisa naquele momento, quando virei as costas meu mundo desabou, ali eu soube que tudo tinha acabado e os seus olhos perderiam os meus de vistas e que o pra sempre...

Sol a interrompe. 

SOL 
Nunca existiu. Eu temia tanto, que o tempo passasse e que as coisas mudassem ao ponto de tudo na minha vida, nossa vida não fizesse mais sentido. O pra sempre é tanto tempo, que o próprio tempo o faz perder o brilho. 

Lua permaneceu observando a sua boca, ao pronunciar as palavras em seu ouvido. 

SOL 
Quantas vezes você ouviu o eu te amo através dos meus olhos. 
Diga, quantas vezes eu segurei suas mãos e pedindo que se abrisse comigo? Quantas vezes, tentei te ligar para ouvir a sua voz? Me diz Lua, procurei deixar você saber do meu passado, ao invés de tentar me compreender você foi embora, simplificando as coisas, como se resume o nosso amor. Não a culpo, me perdi em qualquer esquina e quando te vi, me apaixonei, porém tudo o que eu já carregava em meu peito, me fez desisti de você. 

Lua deixou que as lágrimas viesse a tona. Levantando-se e saindo em direção a saída do parque. 

Sol corre atrás da Lua. 

CENA 2
 Sol e Lua fora do parque. 

Sol consegue segurar a Lua pelos braços. 

LUA
Está tudo errado, não devíamos estar aqui. 

A chuva cai. 

Sol abraça lua. 

SOL 
Não tem nada errado, estamos aqui. 

LUA 
Até quando? 

SOL 
Até quando quisermos estar juntos. Eu não abro mão da nossa felicidade mais, nunca mais Lua! Confia em mim.

Lua ficou observando as suas palavras e assentiu com a cabeça. 

DEPOIS DE TRÊS MESES 
CENA 3

O PASSADO DE SOL RETORNA COM TODA A VELOCIDADE, UM ANTIGO RELACIONAMENTO VOLTA PARA SUA VIDA, QUESTIONANDO AS SUAS AÇÕES, PENSAMENTOS. 

SOL
Por que agora você esta aqui?

FLOR 
Porque eu decidi ficar com você, eu sei que ainda me ama. Nosso beijo, foi real. 

SOL 
Eu não estou mais solteiro, tenho hoje uma pessoa. 

FLOR 
Mas, sempre me amou. Não consegue esquecer o tempo em que ficamos juntos e a sua falha comigo! Você não se recorda?

SOL 
Eu me perdoei. 

Flor, caminha na sala gargalhando das palavras dele. 

FLOR 
Nos polpe, me polpe e se poupe, Sol!

SOL
Por mais que você tenha sido o meu grande amor e eu cometi um erro que me machuquei por mutos meses e anos Flor. Eu me perdoei e a Lua, me ajudou. Então, por favor se retire daqui. 

FLOR 
A tua traição com a Estrela, me machucou tanto... Tanto! E hoje vejo que não mudou nada. Pediu desculpas, para que? Para se livrar de um peso que é apenas teu! Nós iamos ter uma grande familia, nos casar e sermos servos de Deus e o que você fez? Me deixou sem rumo Sol! SEM RUMO!

Flor pega uma jarra e taca no chão.

SOL 
Por favor, flor. Eu sei que te machuquei, por isso pedi perdão e me joelhei pedindo desculpas... Eu sei que errei, mas hoje eu não faria isso. Eu amo a Lua. 

Flor, encara os olhos de Sol. 

FLOR 
A ama?

SOL 
AMO.

Flor pega sua bolsa que esta na mesinha de centro, encara novamente seu rosto se dirigindo até a saída. 

Sol acompanha Flor até a porta. 

For vira-se para Sol. Em um gesto repentino, encara-o.

FLOR

Eu nunca achei que você fosse capaz de amar outra pessoa como me amou, mas me enganei. Desejo felicidades! 

Sol simplesmente assente com a cabeça abrindo a porta para que ela possa sair. Assim, que Flor saiu do apartamento, ele ficou observando o caminhar pesado, porém o alivio por ter sido forte. 


Lua ligou em seguida para avisa-lo que não iria para o jantar. 

SOL

Tudo bem amor, eu irei tocar um pouco de violão e já irei dormir.

Lua notou em sua voz um cansaço, mas não fez nenhum questionamento. 


Flor ligou para o celular do Sol. 

SOL
Você de novo... O que você quer?

FLOR 
Dizer que sinto muito. 

SOL
Tudo bem, eu aprendi que podemos errar só não persistir no erro. E eu peço mais uma vez desculpas, mas eu te amei com toda a minha força, mas... O tempo me ensinou que os anos que passamos de um jeito ou do outro íamos nos fazer mudar as nossas direções, por mais louco que possa parecer tudo acontece por um porquê. 
Adeus, Flor!

FLOR 
Adeus Sol.

CENA 4 

Sol sai do apartamento e vai direto para casa da Lua.

SOL 
Eu te amo! LUA EU TE AMO!

Lua não compreendendo a situação. O abraçou e sorriu. 

LUA 
EU TE AMO SOL!

SOL E LUA SE FIZERAM APENAS UM NAQUELA NOITE 15 DE OUTUBRO.

CONTINUA...